Capítulo 62
Capítulo 62
Sergio vislumbrou o sorriso no canto da boca dele e, involuntariamente, sentiu um calafrio, percebendo que a situação não se limitava apenas a uma ordem de restrição, definitivamente havia mais envolvido.
“Você não terá… transportado algum item proibido, né?” Sérgio perguntou, tentando sondar a situação.
“Você só precisa resolver isso. O que eu transportei não é da sua conta.”
Sérgio silenciou por um momento. “Entendi.”
Thales pegou a taça de vinho que estava sobre a mesa, saboreando um gole lentamente.
Sérgio, então, lembrou–se de outra coisa, “Thales, desta vez, é realmente por causa da Rosana?”
Era evidente que ele também tinha visto a postagem dela no Facebook, apenas não tinha reagido.
No Facebook, Sérgio era praticamente invisível.
“Você está se metendo demais. O que você deveria estar fazendo agora é cuidar da sua própria Bianca.” Thales desviou da questão.
Mas, para Sérgio, isso soava como uma confirmação.
Sergio não pôde deixar de refletir, “O amor é realmente algo fascinante.”
Alguns não precisam ser excepcionais para serem amados de todo o coração.
Thales, acariciando a taça de vinho, com uma expressão indecifrável, não respondeu ao comentário de Sérgio. ConTEent bel0ngs to Nôv(e)lD/rama(.)Org .
Flavia estava deitada no sofá, adormecida em um torpor, sonhando com as imagens noticiadas e os insultos online.
Ela sonhou que Bianca, incapaz de suportar o assédio online, se atirou do alto de um edifício.
No momento em que Bianca pulou, o coração de Flavia também despencou; no segundo seguinte, ela acordou.
Flavia olhou para o teto, enquanto o som da TV ao lado continuava, e lá fora começou a chuviscar novamente.
São Siena, uma cidade conhecida por suas chuvas frequentes.
Flavia, meio atordoada, ouviu o som da digitação da senha na porta; ela se sentou reta, fixando o olhar na entrada.
A porta se abriu, e a figura de Thales apareceu.
Ele sacudiu as gotas de chuva dos ombros e entrou. Ao ver Flavia no sofá, hesitou.
Thales olhou para o seu relógio de pulso, eram duas e meia da madrugada.
“Você ainda não foi dormir?” Thales perguntou, percebendo quão inútil era a pergunta.
Quando ele voltava, Flavia nunca estava dormindo.
Mas, diferente das outras vezes, ela não se levantou para pegar seu casaco.
Embora fosse um detalhe menor, isso o deixou ligeiramente desconfortável.
Ele mesmo pendurou o casaco e caminhou em direção a Flavia, sentando–se ao seu lado.
“Eu não disse para você não me esperar?” Seus dedos tocaram o rosto dela, trazendo o frio do exterior.
Flavia o observou intensamente; ele parecia o mesmo de sempre, como se nada tivesse acontecido.
É verdade, para ele, ela ainda era uma garotà. Por que ele se irritaria com uma garota?
Flavia ergueu a mão em um gesto de interrogação.
Os dedos de Thales, que tocavam seu rosto, pausaram. Ele a olhou profundamente antes de finalmente falar, com um sorriso desvanecendo: “Você está me acusando de algo?”
Flavia apertou os lábios. Ela não tinha posição para acusá–lo de nada.
Questioná–lo era redundante.
Assim como quando ele queimou o quadro que Bianca lhe deu, ele não precisava
O único motivo era Bianca ter ferido a mulher que ele amava.
de um
motivo.
O silêncio voltou a reinar na sala, com o som da TV ampliando a solidão da mansão.
“Vamos dormir.”
Thales não perdeu mais tempo em palavras, carregando–a em direção ao andar de cima.
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Capitulo 62
Na cama, suas mãos começaram a se tornar inquietas, tocando e apertando–a.
Flavia se sentia sufocada, virou–se de costas para ele, recusando–o com seu gesto.
Mas essa recusa era inútil, ele segurou seus ombros, virando–a para si.
Seus dedos pressionaram um lugar machucado, e Flavia, de dor, quase perdeu a consciência, respirando involuntariamente um sopro
de ar frio.